MAS O QUE É BIG DATA?

 


Não é novidade para ninguém que a internet transformou a sociedade em que vivemos, sendo incorporada no cotidiano da maioria das pessoas, ao ponto de tal ferramenta se tornar imprescindível na vida pessoal e profissional de seus usuários.

Segundo Pierre Lévy (grande filósofo francês, sociólogo e pesquisador em ciência da informação), a humanidade teve três relevantes ondas de evolução, a primeira iniciada quando o homem aprendeu a plantar, a segunda quando criou a máquina a vapor e a terceira ele diz que foi quando a tecnologia passou a fazer parte do dia a dia das pessoas e em consequência, a informação passou a ter valor nesta sociedade da inovação.

Tanto é verdade que vivemos a onda da sociedade da inovação que hoje as mais valiosas empresas (marcas) do mundo possuem como base de seus negócios a tecnologia, o tratamento de dados, senão vejamos ranking publicado em 2020[1]:

1)                 Amazon: US$ 221bilhões (varejo)

2)                 Google: US$ 160 bilhões (tecnologia)

3)                 Apple: US$ 141 bilhões (tecnologia)

4)                 Microsoft: US$ 117 bilhões (tecnologia)

5)                 Samsung: US$ 94 bilhões (tecnologia)

6)                 ICBC: US$ 81 bilhões (financeiro)

7)                 Facebook: US$ 80 bilhões (mídia)

8)                 Walmart: US$ 78 bilhões (varejo)

9)                 Ping An: US$ 69 bilhões (seguros)

10)             Huawei: US$ 65 bilhões (tecnologia)


Para ilustrar a evolução deste ranking nos últimos anos, se faz interessante visualizar o vídeo a seguir, que demonstra a dinâmica do mercado mundial no período de 1993 a 2018, (disponibilizado na plataforma da YouTube):

 


A título de exemplo, pense no modelo de negócios da Google, grande parte de seus serviços/produtos são disponibilizados ao usuário de forma gratuita, não há cobrança para o uso de seu navegador, e-mail, ferramenta de buscas, mapas, tradutores, notícias ou tantos e tantos outros de fácil acesso. Mas então como a Google pode ser tão valiosa? Como a empresa pôde vir a faturar em 2020 o equivalente a 348 mil dólares por minuto[2]?

Pois ao fornecer seus serviços ela obtém em troca a coleta de dados do consumidor, realizando em consequência o tratamento de tais informações, tornando seu negócio monetizado. Na prática, por determinado período a Google coleta todos os seus dados de acesso, o que lhe permite elaborar um perfil comportamental muito valioso sobre cada usuário, então tais informações são usadas ou mesmo vendidas para empresas que realizam o marketing direcionado.

Não é estranho que após você pesquisar brevemente sobre possíveis viagens para realizar em suas férias, comece a aparecer em seus acessos à Internet inúmeras propagandas sobre agências de viagens, hotéis, lojas de acessórios relacionados, passagens aéreas etc.

Observe que antes a Internet fazia parte da era de conteúdo, tendo como fim básico a pesquisa e devolutiva como grande repositório de informações, em seguida, começou a conectar pessoas, com a tecnologia de chats por exemplo, ao passo que hoje falamos da Internet das Coisas (IoT), Blockchain, Criptomoedas e outras diversas tecnologias.

Agora se faz primordial e oportuno trazer maiores explanações do que venha a ser determinada terminologia bastante conhecida e vital no mundo digital, denominada de big data. Trata-se de um fenômeno de coleta de dados baseado em três pilares: volume, velocidade e variedade.

Em outras palavras, big data é um processo que se baseia em programação, algoritmos, mecanismos de buscas e ferramentas de bancos de dados para realizar a captura, análise e o armazenamento de uma quantidade exorbitante de informações.

De maneira bastante célere, ao concentrar os dados coletados é possível encontrar padrões que não seriam facilmente identificáveis sem o auxílio desta tecnologia, haja vista que estamos falando de uma quantidade colossal de dados. A partir do big data, podemos citar algumas tecnologias como a Machine Learning, Inteligência Artificial e a Internet das Coisa ou IoT, que nos dedicaremos a trazer mais explanações em momento oportuno.

Imagine então a quantidade de dados que a empresa Google captura e tem disponível em seu banco de dados, sim, estamos falando de um banco de dados gigantesco que é alimentado por todo o tipo de informação que você produz a cada segundo que usa ferramentas da Google na Internet. Pense em toda vez que utilizou a Google, sim, ela possui basicamente todos os registros das pesquisas que você fez com ela, as notícias que leu, os trajetos que realizou por meio de suas ferramentas de GPS, as imagens que viu, enfim, tudo.

Ao falarmos da Google precisamos falar da empresa Alphabet, que é uma holding administrada por Larry Page e Sergey Brin, cofundadores da Google, que na verdade é dona de um aglomerado de empresas de tecnologia bastante conhecidas, como: YouTube, Google, Google Android, Adsense, Blogger, Drive, Earth, Maps, Gmail, Hangouts, Translate, Voice, Waymo, Boston Dynamics e outras diversas.

Note a magnitude de dados coletados a cada segundo pela Alphabet oriunda de todos os usuários que usam tal gama de serviços, pense no poder e importância do big data e no tratamento de tais dados. Pois então, com o cruzamento de todas essas informações é traçado um rico perfil comportamental.

Desta forma, é cristalino que estamos vivendo a era da informação, onde a realidade tecnológica atua como mediadora de relações humanas e das interações entre máquinas, com uma característica peculiar, a hiperconectividade, sim, todos conectados ao mesmo tempo. Para muitos, o big data é o petróleo da era da informação, uma vez que refinado, possui um elevado valor no mercado.

E o ordenamento jurídico busca regulamentar essa nova realidade que vive em constante evolução, ao estabelecer direitos e deveres aos envolvidos, uma vez que o tratamento de dados e o direito a privacidade do indivíduo são uma preocupação mundial. Sugiro a leitura aqui dos artigos que envolvem a Lei Geral de Proteção de Dados, ora disponíveis neste blog.


Autora desde artigo: Nadya Prinet Godoy

Atualizado: Jun/2021 

Photo by Chris Liverani on Unsplash




[1] Infomoney. As 100 marcar mais valiosas do mundo em 2020. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/consumo/este-grafico-mostra-as-100-marcas-mais-valiosas-do-mundo-em-2020/. Acesso em: 20 de maio de 2021.

 [2] EXAME. Quanto o Google fatura por minuto? Disponível em: https://exame.com/tecnologia/quanto-o-google-fatura-por-minuto-e-o-risco-de-ficar-fora-do-ar/. Acesso em: 20 de maio de 2021.

 

 

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