CONCEITOS SOBRE A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Não restam dúvidas que a Revolução Industrial trouxe um grande desenvolvimento tecnológico, causando grandes transformações pelo mundo todo. Podemos inclusive dividir conceitualmente tal avanço em quatro fases:

- A primeira fase se iniciou na metade do século XVII, mais propriamente dito, na Inglaterra, com o surgimento das indústrias de tecido de algodão, com o uso do tear mecânico. Época de transição de uma sociedade agrária para uma sociedade industrial, no qual se observou o aprimoramento de máquinas a vapor e o avanço de mecanização em fábricas;

- A segunda fase foi iniciada na metade do século XIX, marcada pela utilização de aço, uso massivo de energia elétrica, de combustíveis derivados do petróleo, pela invenção de motores a explosão, de locomotivas a vapor e o do desenvolvimento de produtos químicos;

- Na terceira fase viu-se o avanço da ciência, tecnologia e da própria informática, com o surgimento de computadores, criação da Internet, softwares e dispositivos móveis. Este período se caracteriza pelo avanço da tecnologia de forma preponderante, com aprimoramentos até então nunca vistos ou imaginados, destacando-se áreas como de genética, robótica, informática, telecomunicações e tantas outras.

Período em que se passou a produzir mais em muito menos tempo, com uma transformação colossal no que tange as formas de comunicação do ser humano, onde dados e informações diversas passaram a ser difundidas de forma instantânea e alcançando uma interligação social, econômica, política e cultural em todo o mundo.

Como sabido e vivenciado, foram inúmeros os benefícios que esta fase trouxe ao ser humano, principalmente no tocante a ciência, saúde, comunicação e comodidade do indivíduo. Entretanto o mundo se viu desafiado por novos problemas, uma vez que recursos naturais nesta fase começaram a ser utilizados de maneira descomunal, ameaçando deste então o ecossistema do planeta.

Nesta fase, novos questionamentos foram levados a reflexão, como por exemplo, sobre que mundo será deixado para as próximas gerações, haja vista a utilização desmedida de recursos naturais, ou mesmo os efeitos negativos com o aumento de indústrias, poluentes, desmatamento e tantos outros.

Até então não havia a robusta preocupação dos impactos globais que tal revolução industrial causaria ao meio ambiente, o que se via era uma busca desenfreada por tecnologia e os benefícios trazidos por ela. Constatou-se que a tecnologia tem um preço a ser cobrado.

Surgiu aqui preocupações da substituição do ser humano por máquinas, do desemprego em massa, em contrapartida houve o surgimento de novas profissões, novas relações de trabalho, aumento de empregos informais etc. Enfim, houve mudanças estruturais no modo de viver de toda a civilização.

- A quarta revolução surgiu do termo utilizado pelo professor e fundador do Fórum Econômico Mundial em 2016, Klaus Schwab, que consiste em uma fase resultante da intensa evolução tecnológica marcada pela terceira Revolução Industrial[1]:

“(...) teve início na virada do século e baseia-se na revolução digital. É caracterizada por uma internet mais ubíqua e móvel, por sensores menores e mais poderosos que se tornaram mais baratos e pela inteligência artificial e aprendizagem automática.”

Nesta fase, na qual vivemos hoje, a tecnologia evolui tanto, que temos dificuldade em diferenciar as dimensões físicas, biológicas e digitais, afetando até nosso psicológico, questões de cognição ou tomadas de decisão. Aqui o desenvolvimento tecnológico é tão avançado e inerente a nosso cotidiano que há extrema dificuldade em dividir-se o que é meio digital e o que é meio biológico.

Hoje a confiança plena nos benefícios trazidos pela tecnologia são postas a cheque, certezas até então, são colocadas em dúvida. Um exemplo que podemos citar para maior ilustração são as reflexões trazidas após o grave acidente de Chernobyl em 1986 ou mesmo das crises e catástrofes vividas pelo aquecimento global. Hoje há quem questione veemente se a tecnologia não desencadeou mais malefícios, ou mesmo se a humanidade está no caminho certo.

Em adendo, estudos preveem que para 2050 teremos grandes desafios como: 1. crescimento demográfico; 2. recursos naturais e energia; 3. mudanças climáticas e meio ambiente; 4. saúde, equidade e bem estar;  5. sociedade; 6. economia, emprego e produtividade; 7. globalização e 8. papel do Governo.

Adiante, acredita-se que hoje vivemos numa sociedade do risco, chamada sociedade 4.0. no qual, produzir conteúdo e confiança permeiam todas as relações. Pela confiança neste sistema é que conseguimos nos comunicar, fazer trocas ou mesmo tomar decisões.

Em artigos futuros veremos um pouco mais sobre tópicos com foco nesta quarta revolução, discorrendo a cerca de conceitos como: a Internet das Coisas (IoT), Blockchain, Inteligência Artificial e da Internet 5G.

Em síntese colacionamos a seguir um breve resumo sobre as quatro fases da revolução industrial:


Isto posto, este artigo traz em linhas gerais o contexto histórico sobre as quatro revoluções industriais que nossa humanidade viveu e ainda vive, buscando demonstrar o impacto vivenciado em cada uma delas, bem como fomentar indagações sobre seus benefícios e malefícios. Sim, nesta era da informação a conscientização e o compartilhamento de conhecimentos são substanciais.


Autora desde artigo: Nadya Prinet Godoy

Disponibilizado em: Jan/2021

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[1] SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. Trad. Daniel Moreira Miranda - São Paulo: Edipro, 2016.

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